Top 60 músicas do Dazaranha

24 de agosto de 2025

Olá, galera! Como um bom manézinho, uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos é o Dazaranha (conhecida também só por Daza).

Dazaranha é uma banda de reggae/rock/não sei definir nativa de Florianópolis com uma sonoridade única, com letras e arranjos que remetem à cultura de Florianópolis e Santa Catarina, utilizando usualmente som do violino e da percussão. A banda já tem mais de 30 anos de carreira e 9 álbuns de estúdio, além de dois álbuns ao vivo.

(Escrevi esse parágrafo com ajuda do Wikipedia. Inclusive, recomendo a doação do Wikipedia porque deve ser a maior biblioteca da história. Onde mais é possível aprender sobre aquedutos e a carreira de Marquinhos Santos em um único local?)

Nesse ano de 2025 refloresceu minha paixão pela banda, depois de um verão inteiro ouvindo (sempre após um banho gelado de mar da Praia dos Açores). Com isso em mente, e aproveitando que a banda lançou um novo álbum esse ano, resolvi fazer um top 60 das músicas da banda.

Para tal, ouvi algumas vezes todos os álbuns de estúdio e fui ordenando. Como me concentrei apenas nos álbuns de estúdio, algumas músicas presentes apenas em álbuns ao vivo - como as maravilhosas “Pra Ficar” e “Dia Lindo” - acabaram ficando de fora, apesar de morarem no meu coração. Também desconsiderei músicas curtas dos álbuns, assim como canções que são “reprises”, com pequenas variações em relação às originais.

O ranking apresenta a posição, nome da música e álbum a qual pertence. Para não ficar apenas uma lista exaustiva, escrevi algumas palavras para cada música do Top 20, com minha opinião totalmente enviesada e sem conhecimento técnico.

No fim do post há uma playlist no Spotify, indo da 60ª posição até a primeira. Espero que gostem!

Top 60

  1. Rede Fantasma (Dazaranha 30 anos)
  2. Vai ou Não Vai (Entre Cantos)
  3. Deixa (Nossa Barulheira)
  4. Toda Felicidade (Afinar as Rezas)
  5. Tamo Junto (Catarina))
  6. Coisas da Vida (Paralisa)
  7. Um Pedacinho do Céu (Afinaras Rezas)
  8. Sulamericanos (Catarina)
  9. Nosso Mundo (Daza)
  10. Armadilha (Entre Cantos)
  11. Desarmados (Daza)
  12. Padre (Seja Bem Vindo)
  13. Chevrolet (Seja Bem Vindo)
  14. Do Teu Lado (Entre Cantos)
  15. A Noite Chegou (Daza)
  16. Preto Vermelho (Nossa Barulheira)
  17. Céu Azul (Daza)
  18. Paralisa (Paralisa)
  19. Coisas de Deus (Catarina)
  20. Te liga (Tribo da Lua)
  21. Cacumbi (Nossa Barulheira)
  22. Guarda (Entre Cantos)
  23. Novos Ditados (Seja Bem Vindo)
  24. Pelo Mar (Daza)
  25. Dança (Tribo da Lua)
  26. Se Tu Diz feat. Lenine (Catarina)
  27. Carolina (Paralisa)
  28. Mamica (Seja Bem Vindo)
  29. Curandeiro (Dazaranha 30 Anos)
  30. Mais de Calma (Afinar as Rezas)
  31. Calmaria (Entre Cantos)
  32. Deixa a Tartaruga Nadar (Afinar as Rezas)
  33. Se Você For (Afinar as Rezas)
  34. Não Vou Vender Minha Cabeça(Nossa Barulheira)
  35. Pagode do Revoltado (Daza)
  36. Dizem Que Só (Daza)
  37. Tomei a Sorte (Nossa Barulheira)
  38. Muralhas Brancas (Seja Bem Vindo)
  39. Assoreou (Nossa Barulheira)
  40. Espero (Afinar as Rezas)
  41. Vem Comigo (Nossa Barulheira): Abrindo o top20 temos uma música com a cara do rock brasileiro do começo dos anos 2000, com uma guitarra destacada e um som mais limpo, sem os típicos reverbs dos álbuns anteriores. Além disso, temos uma letra com mensagem mais direta, porém, sem tirar valor da música. É Daza mostrando que consegue ser excepcional de forma crua.
  42. Cometa (Entre Cantos): Depois de dois álbuns mornos (principalmente o Dazaranha 30 anos), a banda está de volta com melodias elaboradas e uma produção espetacular presente em todas as camadas da música. O som preenche o espaço, levando-nos para viajar em um cometa. Um grande retorno da melhor banda do sul da Via Láctea.
  43. Só Pra Se Dar Com As Estrelas(Nossa Barulheira): Mais uma poesia em forma de música, com belíssimas camadas, desde a guitarra dos versos até os sons do violino no refrão. Destaque para a vocalização SENSACIONAL no solo. Guitarra, violino e voz em uníssono. Coisa de gênios.
  44. Chega Mais Cedo (Afinar as Rezas):Faixa que contém um dos melhores riffs da banda. A letra se concentra em narrar todo o processo de um encontro romântico, desde o processo de colocar a roupa mais bonita (camiseta do Avaí), até o apagar das luzes. Excelente para colocar no date, bem acompanhado de uma tainha e um vinhozinho.
  45. Meu Paraíso (Entre Cantos): Mais uma declaração de amor à vida e à Florianópolis. A letra faz com que cantemos juntos as frustrações e a sensação de que tudo vai melhorar. O violino sendo tocado com os dedos ao invés do arco (não sei o nome da técnica) deixa tudo mais lindo e aconchegante, provocando uma vontade sair correndo para o primeiro lugar próximo ao mar, numa tentativa de avistar orcas e sabendo que a vida vai sarar.
  46. Tribuzana (Nossa Barulheira): A faixa retrata a interligação da banda com a música, destacada pela analogia com a Caixa D’água (estúdio da banda) e a caixa de som, deixando claro que os integrantes nasceram para fazer música. Além de tudo, o berimbau mostra a ligação que o grupo tem com a cultura brasileira e a capoeira. Destaque para a versão com a Camerata, que tem uma sonoridade mais introspectiva e conta com o coro da plateia como um instrumento adicional.
  47. Ô Mané (Paralisa): Não tenho muito o que escrever sobre a música. O que falar de algo que fala por si só? Um hino de Florianópolis, misturando elementos de reggae n’ roll e rap. É Avaí e Figueira, a coisa é séria.
  48. Cubo (Seja Bem-Vindo): Um dos grandes clássicos da banda, sempre animando o público. A letra é marcante, prezando pela singularidade de cada um, destacando que não devemos ter vergonha de ser quem somos. Ressalta-se a influência de “The Lady Don’t Mind” do Talking Heads, mostrando que Dazaranha pode pegar melodias, transformá-las e melhorara-las. Outra música que tem um destaque adicional na versão com a Camerata.
  49. Onde Nascem As Bruxas (Entre Cantos): Uma música que conta uma história, uma lenda. Aqui temos uma lenda contada de forma intimista, como se estivéssemos juntos a uma roda de violão, em frente a fogueira, com o vocal explicando como a magia acontece.
  50. Rastaman (Daza): Música que remete a simplicidade da vida, em que a alegria se encontra nas páginas do dia a dia, podendo ter prazer até no simples gesto de beber água. Toda vez que acendo uma vela (alô CELESC) eu lembro da música, querendo ter a capacidade de ter a vida do Rastaman.
  51. Tribo da Lua (Tribo da Lua): É lua cheia e os barcos entram na água. As estrelas no céu mostram um dragão e um índio, enquanto uma tribo flutua pelo mar. A construção da música, com a melodia feita aparentemente por bruxos, faz o ouvinte mergulhar em narrativa mística, enquanto a Ilha ainda dorme.
  52. Café com cigarro (Seja Bem-Vindo): Faixa instrumental da banda, apresentando ao sul do Mundo a qualidade da banda não só em criar letras, mas também na ampla habilidade dos integrantes com seus instrumentos. Música relaxante para ouvir tomando um café. O cigarro (de qualquer tipo) fica ao critério de cada um.
  53. Vagabundo Confesso/ Cantiga De Puxada De Rede (Tribo da Lua): Música que apresentou o Daza para metade da população mundial, com versos e refrão extremamente cativantes. Mesmo sendo a mais balaio, continua empolgando a todos quanto é tocada, desde a shows ou a rodinhas de violão. Como é bom ser vagabundo.
  54. Nossa Barulheira (Nossa Barulheira): Iniciada por uma linha de baixo extremamente bem desenhada (como sempre), a faixa promove uma reflexão sobre crianças em situações de vulnerabilidade social. A presença do violino deixa a situação ainda mais melancólica, nos fazendo pensar mesmo em momentos em que não há palavras sendo cantadas. DESTAQUE PARA A REVOLTA EM FRANCÊS TAMBÉM.
  55. Retroprojetor/ Cantiga De Roda De Capoeira (Tribo da Lua): Só pela introdução feita no violino em conjunto com a percussão, já vale a pena ouvir a faixa. A letra sem sentido (pelo menos para mim) deixa tudo ainda melhor, falando sobre golfinhos, gaita, necrofilia e cantar de galos. O refrão é extremamente cativante, com violino fazendo um papel fundamental em sua construção.
  56. Galheta (Seja Bem-Vindo): Se em “Onde Nascem as Bruxas” a história é contada de um jeito aconchegante, em “Galheta” a situação é outra. A lenda sobre bruxaria, fantasmas, sacis é narrada de forma sinistra. A linha de baixo nos versos ecoa a história, retirando qualquer vontade de andar novamente em uma praia a noite. Se você tiver a chance de ouvir essa música ao vivo, verá uma versão ainda melhor, com os próprios narradores se assemelhando a bruxos.
  57. Cama Brasileira (Tribo da Lua): Uma exaltação à cultura afro-brasileira e manézinha, sendo preenchida lentamente, primeiro só com a guitarra e violino de forma solitárias, até a entrada das linhas de baixo, bem-marcadas. Essa mistura toda é como fazer um caldo de peixe com música.
  58. Com ou Sem (Nossa Barulheira): Certa vez ouvi que “Com ou Sem” é a versão manézinha de “Smoke on the water”. Acho que é uma comparação muito certeira. Trata-se de uma música com um riff simples e genial. Uma das melhores músicas do rock brasileiro dos anos 2000, impecável em todos os sentidos. É simplesmente impossível não se esgoelar ao cantar junto o refrão. Diferente do retratado, não consigo viver sem essa música.
  59. Salão de Festa a Vapor (Nossa Barulheira): Com uma sonoridade que remete a uma canção de ska, evidente pelo som da guitarra dos metais, é uma das músicas mais agitadas da carreira da banda. No clímax da música e cantado sobre um salão de festa cujo vapor sai pelas chaminés, sem justificar a causa. Acredito que o vapor pode ser de inúmeras coisas, inclusive do suor saindo das pessoas ao pular e cantar junto com a banda, dado é cientificamente impossível ficar parado enquanto se escuta.
  60. Afinar as Rezas (Afinar as Rezas): Logo após o lançamento do “Daza”, a banda retorna com um excelente álbum, e para abrir, a faixa-título mostra o que o grupo sabe fazer de melhor. Trata-se de uma música muito bem elaborada e produzida, com letras contando mais uma vez causos da ilha. Diferente das demais músicas do Dazaranha, a faixa apresenta diversas variações em sua melodia, construindo o clímax pouco a pouco, até chegar céu. Quem conhece Floripa, sabe que Daza nunca esteve tão certo.